Praça Dom Feliciano 39 sala 1.401 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS - Brasil
rafael . neurocirurgia@gmail.com
(51) 3085.2695
Dr. Rafael Oliveira
Especialista em Neurocirurgia e Cirurgia de Coluna Vertebral
PARAGANGLIOMA
-
São também chamados de tumor de glomo.
-
São tumores de crescimento lento, histologicamente benignos sendo que a maioria possui grânulos secretores, podendo secretar substâncias epinefrínicas ou não epinefrínicas e ocasionalmente catecolaminas.
-
Os mais comuns são os e os tumores de corpo carotideo e tumores do glomo jugular .
Tumores do corpo carotídeo
-
Trata-se do paraganglioma mais comum
-
Geralmente se manifesta como uma massa indolor de crescimento lento no porção superior do pescoço.
-
O diagnóstico é dado através da ressonância do pescoço e de encéfalo.
-
A angiografia mostra o suprimento sanguíneo que geralmente é da artéria carótida externa.
-
O tratamento recomendado é a cirurgia sendo que essa possui alta taxa de morbidade, incluindo injúrias vasculares cerebrais (8 a 20%) ou lesão de nervos cranianos (33 a 44%).
-
A taxa de mortalidade é de 5 a 13% segundo Greenberg.
Tumores do Glomo Jugular
-
Trata-se de uma rara lesão que se origina dos corpos do glomo, geralmente na área do bulbo jugular, e seguem ao longo dos vasos. Pode se estender para dentro da veia jugular.
-
Possui crescimento lento, sendo altamente vascularizado pela artéria carótida externa com suprimento adicional pela porção petrosa da artéria carótida externa.
-
Possuem grânulos secretores e secretam catecolaminas e norepinefrina. Durante a manipulação cirúrgica podem liberar histamina e bradicinina, causando hipotensão e broncoconstrição.
-
Clinicamente, se manifesta através de perda auditiva e tinido pulsátil. Tontura também pode estar presente.
Diagnóstico
-
O diagnóstico é dado via ressonância de encéfalo.
-
A tomografia de crânio é útil para se verificar a invasão óssea.
-
A angiografia é útil para firmar diagnóstico e diferenciar do neurinoma do acústico.
-
Deve se fazer audiometria.
-
Deve-se dosar o ácido vanilmandélico (VMA) na urina de 24 horas para se avaliar a secreção de catecolaminas.
Classificação de Jackson
-
Tipo 1 – Pequeno – Envolve o bulbo jugular, o ouvido médio e a mastoide, sem extensão intracraniana.
-
Tipo 2 – Se extensa para o canal auditivo interno.
-
Tipo 3 – Se estende para a parte petrosa do osso temporal.
-
Tipo 4 – Se estende em direção ao clivus.
Tratamento
-
Tipo 1 – Cirurgia.
-
Tipo 2 – Considerar cirurgia.
-
Tipo 3 e 4 – Considerar radioterapia.
-
A radioterapia pode ser indicada como terapia primária em pacientes idosos ou com contra indicação cirúrgica.
-
A embolização pode ser indicada como procedimento pré operatório (24 a 48 horas antes) ou como terapia primária caso haja contra indicação cirúrgica.
-
Para tumores que secretam catecolaminas pode se usar fenoxibenzamina (para reduzir a pressão arterial) e/ou propranolol (para reduzir arritmias).
GANGLIOGLIOMA
-
Tumor raro, mais comum em crianças e de crescimento lento.
-
Histologicamente, possui células neuronais e gliais.
-
Clinicamente, se manifesta com crises convulsivas.
-
O diagnóstico pode ser dado através de uma ressonância de encéfalo.
-
O tratamento é cirúrgico.
GLIOMA ÓPTICO
-
Trata-se de um tipo de tumor que representa 2% dos gliomas em adultos e 7% em crianças
-
Possui associação com a neurofibromatose tipo 1 e, nesses casos, geralmente não há comprometimento quiasmático.
-
Geralmente são astrocitomas pilociticos.
-
Muitos pacientes são assintomáticos. Outros podem apresentar proptose, déficit visual ou comprometimento hipotalâmico e hipofisário (quando maiores).
-
O melhor exame diagnóstico é a ressonância de encéfalo com contraste que demonstra o nervo óptico com aspecto fusiforme com captação leve a moderada de contraste. A espectroscopia pode colaborar no diagnóstico diferencial.
-
A biópsia não é necessária em casos típicos.
Tratamento
-
Quando há comprometimento exclusivo de um só nervo com perda visual recomenda-se cirurgia com ressecçao do nervo (do globo ocular ao quiasma).
-
Quando há comprometimento quiasmático, radioterapia é a escolha.
-
Radioterapia também pode ser indicada em tumores altamente malignos e caso o nervo retirado após cirurgia tenha comprometimento de margem.
-
Quimioterapia é reservada para crianças.
GLIOMA HIPOTALÂMICO
-
Os astrocitomas pilociticos hipotalâmicos são mais comuns em crianças.
-
O tratamento de escolha é a ressecção cirúrgica.
-
A radioterapia está indicada se ressecção for parcial ou existir impossibilidade cirúrgica.
GLIOMA DE TRONCO CEREBRAL
-
Tumor geralmente maligno, mais comum em crianças.
-
Se afeta o tronco cerebral superior geralmente é de baixo grau e causa sintomas cerebelares e hidrocefalia.
-
Se afeta o tronco cerebral inferior geralmente é de alto grau e causa déficit de par craniano.
-
A ressonância de encéfalo é o melhor exame diagnóstico.
-
O tratamento de escolha é a radioterapia e biópsia não deve ser feita em tumores difusos.
-
A cirurgia pode ser considerada quando existe componente exofítico para o IV ventrículo.
-
Sobrevida media de 6 a 12 meses.