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Dr. Rafael Oliveira
Especialista em Neurocirurgia e Cirurgia de Coluna Vertebral
MIELITE
O que é mielite?
Mielite ou mielopatia são termos utilizados para descrever processos infecciosos e não infecciosos da medula espinhal. Essa estrutura é formada por uma camada de substância cinzenta interna recoberta por uma camada de substância branca externa. Funcionalmente, a porção posterior ou coluna dorsal da medula realiza atividades vinculadas à sensibilidade. Já a porção anterior efetiva tarefas motoras através, principalmente, do trato corticoespinhal.
* Leucomielite - Envolvimento da substância branca.
* Poliomielite - Envolvimento da substância cinzenta.
* Mielite Transversa - Envolve todo um segmento transversal da medula.
Corte transversal da medula espinhal
Um tipo de mielite que vem ganhando destaque devido a maior profundidade e evolução de pesquisas virais diagnósticas é a Mielopatia associada ao vírus HTLV-I, também conhecida por paraparesia espástica tropical.
Clínica e diagnóstico da mielite
O sintomas são divididos em três grupos com características diferentes.
* Grupo 1 - Sintomas sensitivos com evolução dentro de 1 a 14 dias com recuperação completa.
* Grupo 2 - Início rápido e agudo com dor nas costas e tetraplagia. Prognóstico ruim.
* Grupo 3 - Inicio gradual com progressão com gagueira.
Em comum, tais conjuntos podem apresentar incontinência urinária e febre. Muitas vezes, sondagem vesical torna-se necessária.
É interessante estabelecer uma sistemática investigativa, realizando, pelo menos, os seguintes exames:
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Ressonância de encéfalo e de coluna vertebral com gadolíneo – Verificar a existência de tumores ou doenças desmielinizantes.
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Exame de líquor – Pesquisar causas infecciosas e doenças desmielinizantes (solicitar bandas oligoclonais)
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Eletroneuromiografia
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Exames laboratoriais - Hemograma (verificar anemias)
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Glicemia (verificar diabetes)
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Provas de função hepática
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Vitamina B12
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Homocisteína sérica
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Ácido metilmalônico urinário. Deve ser solicitado junto com a homocisteína pois a dosagem de vitamina B12 tem sensibilidade e especificidade limitados. Em poucos casos pode ocorrer deficiência de vitamina B12 com seus níveis séricos normais ou até aumentados. Na deficiência vitamínica espera-se hiperhomocisteinemia e aumento dos níveis do ácido metilmalônico urinário.
Tratamento da mielite
O tratamento dependerá da causa e, muitas vezes, será somente de apoio. No caso de deficiência de vitamina B12 se recomenda reposição intramuscular (IM) de cianocobalamina (1.000mg IM duas vezes por semana/ 2 semanas. Após deve-se manter uma dose de 1.000mg semanal por 3 meses seguida de uma dose mensal após esse período). A recuperação torna-se evidente após 3-6 meses de tratamento.
Rafael Oliveira - Médico Neurocirurgião e Cirurgia de Coluna
Porto Alegre - RS