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TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE) E FRATURAS CRANIANAS

Ao que se refere um traumatismo cranioencefálico (TCE)?

     As lesões cerebrais geradas por traumatismos são a principal causa de morte e de incapacidade. Ocorre, mais comumente, em jovens entre 15 e 24 anos de idade.

Tipos de Lesões

1) Concussão Cerebral - Movimentos súbitos da cabeça, principalmente com rápida aceleração ou desaceleração, podem causar rompimento ou estiramento dos axônios. Isso faz com que as funções cerebrais fiquem prejudicadas. Clinicamente, ocorre alteração do nível de consciência por menos de 6 horas. Pode ser verificado desde confusão mental até completa inconsciência.

2) Lesão Axonal Difusa (LAD) - Se dá do mesmo modo que a concussão cerebral. Entretanto, o coma dura mais que 6 horas. O diagnóstico é obtido em todo paciente comatoso pós traumatismo onde os exames de imagem não mostram alteração.

3) Fraturas Cranianas - As fraturas cranianas pós lesão traumática podem ser de três tipos : lineares, afundamento (depressivas) ou cominutiva (compostas). As primeiras são aquelas onde não ocorre praticamente nenhum deslocamento ósseo. Representam mais de 80% das fraturas e são mais comuns na região temporo-parietal, onde o osso é mais fino. Geralmente não necessitam intervenção cirúrgica. Nas segundas ocorre deslocamento de fragmentos ósseos, podendo resultar em compressão e lesão do tecido cerebral adjacente. E as terceiras são aqueles onde se formam múltiplos fragmentos ósseos podendo ou não estar deslocados. Quando, juntamente com a fratura, ocorre laceração do couro cabeludo, essa passa a ser considerada uma lesão exposta. Desse modo, é sempre indicado procedimento cirúrgico, mesmo que for somente para limpeza da área. Existe um outro grupo de fraturas cranianas localizadas na base do crânio. Essas não são identificadas nos exames diagnósticos convencionais e suspeita-se quando clinicamente observa-se perda de liquor pelo ouvido e nariz ou hematomas atrás da orelha (Sinal de Battle) ou embaixo dos olhos (Olhos de Guaxinin). Na tomografia os sinais são indiretos tais como pneumoencéfalo (ar dentro do crânio) ou fratura da parte petrosa do osso temporal.

4) Hematomas - Existem dois principais tipos de hematomas intracranianos gerados por traumatismos cranioencefálicos : subdural e extra-dural (epidural). O primeiro revela que houve invasão de sangue para dentro do espaço subdural (entre dura-máter e aracnóide). Para serem formados dependem de um trauma de grande magnitude, sendo portanto, mais graves que o extra-dural, embora, muitas vezes, os exames de imagem não mostrem lesões que impressionem. O sangue provém de veias que fazem a drenagem da superfície cerebral. Quando agudo, é sintomático dentro de até 72 horas após o trauma. Pode ocorrer sintomatologia variada de déficit neurológico. Quando crônico, torna-se sintomático após 21 dias do trauma. É mais comum em pacientes com mais de 50 anos de idade. Ambos hematomas têm, quase sempre, necessidade de terapia cirúrgica. O segundo tipo, o hematoma extra-dural, ocorre através do rompimento da artéria meningea média e forma um coágulo entre  a tábua óssea e a dura-máter. Possui aparência biconvexa na tomografia e, quando maior que a espessura craniana, está indicado procedimento cirúrgico para drenagem.

Avaliação do paciente com traumatismo crânio-encefálico

     Qualquer vítima de traumatismo cranio-encefálico deve passar, imediatamente, por duas avaliações. A primeira clínica, através da Escala de Coma de Glasgow. Esse conhecido escore serve para verificar a resposta neurológica de pacientes que necessitam atendimento de emergência. Após tal verificação, todo traumatizado deve ser encaminhado para uma tomografia de crânio. 

Tratamento

   Um TCE pode ser o causador de diversas condições neurológicas. Cada uma necessitará de uma diferente abordagem. Tais circunstâncias dependerão, exclusivamente, da intensidade do trauma, sendo essa, muitas vezes, determinada, somente, por um médico. Dentre os principais tipos de situações secundárias a um trauma encefálico podemos citar:

  • Hematoma extradural

  • Hematoma subdural agudo

  • Hematoma subdural crônico

  • Fraturas cranianas

Rafael Oliveira - Médico Neurocirurgião e Cirurgia de Coluna

Porto Alegre - RS

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