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Dr. Rafael Oliveira
Especialista em Neurocirurgia e Cirurgia de Coluna Vertebral
ENXAQUECA
Características
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Cefaleia incapacitante mais comum.
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Não possui causa conhecida, mas supõe-se que exista algum componente genético.
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Os indivíduos com enxaqueca possuem um córtex hiperexcitável, o que pode justificar as auras e as comorbidades psiquiátricas associadas como depressão, mania ou ansiedade. A dor está relacionada com a sensibilização das terminações nervosas.
Tipos de Enxaqueca
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Enxaqueca sem aura – Tipo mais comum representando 80% dos casos. Caracterizada por dor unilateral, pulsátil, que pode ser agravada pela atividade física. As crises têm duração de 4 a 72 horas e podem estar associadas a náuseas ou vômitos, fotofobia ou fonofobia.
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Enxaqueca com aura – Representa 20% dos casos. Possui as mesmas características da enxaqueca sem aura mas as crises são precedidas por sintomas visuais (luzes, perda visual) ou sensitivos (formigamento, dormência).
Subtipos de Enxaqueca
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Acefalálgica – Paciente com as auras típicas da enxaqueca sem cefaleia subsequente.
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Basilar – Auras caracterizadas por disartria, vertigem, diplopia e alteração de consciência.
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Crônica – Enxaqueca sem aura por 50% do tempo durante 30 dias por mais de 3 meses.
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Hemiplégica – Aura caracterizada por hemiplegia transitória.
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Status enxaquecoso – Crises incapacitantes por mais de 72 horas.
Diagnóstico
Normalmente, o exame clinico normal associado a típica dor de cabeça são suficientes para se firmar diagnóstico. Exames de imagem complementares são comumente solicitados para se descartar uma cefaleia secundária.
Tratamento
Crises agudas
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Anti Inflamatórios não Esteróides (AINES) – Ibuprofeno (400-600mg) ou acetaminofeno (1.000mg). Se não resolver deve-se prescrever outra classe de medicamentos.
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Triptanos – Via oral (Sumatriptano 50-100mg, naratriptano 5mg, eletriptano 40-80mg), via spray nasal (sumatriptano 10-20mg ou zolmitriptano 5mg) ou sub cutâneo (sumatriptano 6mg). São contraindicados em doença arterial coronariana. Um mesmo paciente pode responder de forma variada a diferentes triptanos. Desse modo, a terapia com essa classe deverá ser individualizada.
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Ergots – Alternativa ou para ser usados de forma concomitante aos triptanos por serem menos efetivos.
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Agonista Seletivo do Receptor 1F da Serotonina – Lasmiditano 50-100mg. Alternativa para quem tem contra-indicação aos triptanos. Eficácia comprovada pelo estudo CENTURION (4).
Crises prolongadas
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Ácido valpróico – Correr 1.000mg em 50 ml de SF em 5 minutos.
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Dexametasona 10mg EV.
Tratamento Preventivo
Indicado quando o paciente apresenta mais de 2 a 3 crises semanais.
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Antidepressivos tricíclicos – Amitriptilina, nortriptilina ou doxepina. Úteis quando há depressão associada.
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Inibidores seletivos da receptação de serotonina
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Betabloqueadores – Propranolol, nadolol, atenolol. Preferir em pacientes hipertensos.
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Anti- convulsivos – Ácido valpróico, topiramato, gabapentina ou levetiracetam. São segunda linha de tratamento.
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Galcanezumabe – Anticorpo monoclonal que tem apresentado bons resultados no controle álgico. O estudo EVOLVE-1 e EVOLVE-2 com injeções mensais de 120 a 240 mg mostrou redução nas crises (1, 2, 3).